Povo rejeita música da “Paz” vaiando Mr bow e o resto dos artistas da campanha eleitoral

 

A relação entre os artistas e o público moçambicano parece estar mais fragilizada do que nunca. No início deste ano, diversos artistas participaram de campanhas eleitorais de um partido político que actualmente enfrenta rejeição de grande parte dos eleitores. Para muitos, cantar nessas campanhas foi um negócio legítimo. No entanto, o público não vê dessa forma, alegando que quem apoiou determinado partido está contra o povo, o que tem levado ao “cancelamento” de vários artistas nas redes sociais.



Enquanto nas campanhas eleitorais o ambiente era de festa e dança, o processo eleitoral ficou marcado por alegações de fraude. Até hoje, os órgãos responsáveis não divulgaram os resultados de forma transparente, o que resultou numa onda de manifestações em todo o país, lideradas por Venâncio Mondlane. O movimento, já na sua quarta fase, denominada “4 x 4”, tem paralisado parcialmente Moçambique, de Rovuma a Maputo, com manifestantes exigindo a verdade eleitoral.

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Em meio a essa crise, relatos apontam que várias pessoas foram mortas durante as manifestações, supostamente pela Polícia da República de Moçambique (PRM). Apesar da gravidade da situação, poucos artistas se posicionaram publicamente. Uma das raras exceções foi Stewart Sukuma.




Porém, na manhã desta segunda-feira, 9 de dezembro, um grupo de artistas de diferentes regiões do país uniram-se para lançar uma música com um apelo à paz em Moçambique. Intitulada “Queremos Paz”, que conta com participação de Mr. Bow, Júlia Duarte, Cleyton David, Tamyris Moiane, Melony, Classic Nova, Lukie, Liloca, Nelson Tivane, Bekiza, Lázaro Sampaio, Anita Macuácua, AZ Khinera e o Pastor James MK.

No entanto, a reação do público foi majoritariamente negativa. Nas páginas dos artistas a publicação da música está a gerar comentários críticos e de rejeição. Muitos internautas acusaram os artistas de hipocrisia, apontando que os mesmos que cantaram nas campanhas eleitorais agora tentam se aproximar do povo com mensagens de paz.

Entre os comentários destacados pela Moz Entretenimento, um seguidor afirmou:

“Não somos irmãos e nunca fomos… Vocês sempre fizeram campanhas eleitorais para eles. Nunca cantaram contra a fome, nunca clamaram por nós. O povo sempre esteve só.”

Outro comentário criticou os artistas por estarem, supostamente, “se aproveitando da situação”: “Foram receber mais um cachê para nos distrair. Somos irmãos e devemos segurar as mãos e ficar calados para continuarem a comer. Descansem, Judas, para vocês já não há pão nesta mesa.”

Ainda houve quem sugerisse que os artistas deveriam ir às ruas, em vez de lançar músicas:

“O melhor que podiam fazer era segurar cartazes e marchar, não isso de fazer música como se estivessem tentando acalmar um bebê com brinquedos.“

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