Após o convite de Stewart Sukuma, um dos mais respeitados artistas moçambicanos, para que toda a classe artística se unisse à marcha "Luto por Moçambique", com o objetivo de protestar contra a violência e as tragédias que assolam o país, a expectativa era de que muitos músicos se juntassem à causa. A marcha visava expressar solidariedade pelas vítimas de conflitos e exigir um Moçambique mais pacífico e justo.
No entanto, um fato que chamou a atenção foi a ausência de diversos artistas que recentemente haviam lançado a música "Queremos Paz", uma canção que buscava sensibilizar a população para a necessidade de um ambiente de harmonia e entendimento. Apesar da mensagem clara de apelo à paz transmitida na música, os cantores envolvidos no projeto optaram por não participar do evento, deixando em aberto as razões de sua ausência.
Ainda mais surpreendente foi a ausência do cantor Mr. Bow, que, embora tenha se destacado em outras ocasiões por sua postura firme em relação à paz e à justiça social, também não compareceu à marcha. Sua falta de presença no evento, junto aos outros artistas que se mostraram ausentes, gerou especulações e discussões entre o público, levantando questões sobre o compromisso real dos músicos com as causas sociais que defendem nas suas letras.
A marcha "Luto por Moçambique" seguiu com o apoio de alguns artistas que se fizeram presentes, mas a ausência dos nomes que haviam se posicionado publicamente por meio de sua música gerou um contraponto interessante sobre o papel da arte na mobilização social e as possíveis contradições entre a mensagem nas canções e a ação no campo político e social. A situação ficou ainda mais emblemática pelo fato de que, apesar de suas mensagens de paz, alguns dos principais nomes da música moçambicana não se uniram fisicamente ao movimento que clamava por mudança.